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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Memorial José Ribeiro Jessé



Recuperação da Casa das Doze Janelas

 

A Casa de José Ribeiro Jessé, conhecida como “Casa das Doze Janelas”, é um símbolo da memória deixada pelo seu patrono, que tanto fez pelo Povoado Maniçoba, desde a doação de terrenos para a construção de casas e da Igreja, entre outros espaços de relevância para a formação da vila. A Casa é um patrimônio, não apenas da história da família, mas também da história do Povoado Maniçoba e da nossa região.

 

Desde o falecimento de José Ribeiro, em 2001, a Casa passou quase 20 anos fechada, sem manutenção, e exposta à ação da natureza. Restou-lhe apenas o destino de se tornar um depósito de entulhos, como sucata e pneus velhos. Há muito tempo ela está em ruínas. A cozinha, o banheiro e o teto desmoronaram.

 

Ainda assim, a Casa das Doze Janelas continua atraindo a admiração de muitas pessoas e de muitos estudantes, interessados por sua história. Todo mundo que a conhece afirma que não podemos deixá-la cair, e que devemos recuperá-la.

 

É chegada a hora! Vamos recuperar a Casa das Doze Janelas!

 

O projeto é restituí-la à forma original, na medida do possível, restaurando paredes, telhado e os ambientes que já tinham desmoronado, esperando que objetos que integravam seu interior possam retornar ao seu lugar de origem.

 

O objetivo é que a casa possa ser visitada e que se encontre decorada tal como quando era ocupada por seus primeiros moradores, José Ribeiro e Mariinha.

 

Assim, fundaremos o Memorial José Ribeiro Jessé – Casa das Doze Janelas.

 

Karina de Almeida Calado,

Povoado Maniçoba, agosto de 2020.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Vida breve, para sempre em nossos corações!

A vida é flor na corrente, 
a vida é sopro suave, 
a vida é estrela cadente, 
voa mais leve que a ave: 
Nuvem que o vento nos ares, 
onda que o vento nos mares 
uma após outra lançou, 
a vida – pena caída 
da asa de ave ferida - 
de vale em vale impelida, 
a vida o vento a levou! (trecho do poema A vida, de João de Deus)

Cai a tarde.
Um sonho parou em seu ir e vir. O sol que se pôs no horizonte levou consigo uma ave de voo breve, muito breve. Veio a noite. Duas estrelas cadentes fixam ponto no céu. Difícil acreditar. Gostaríamos de nos perder no tempo e ficar a contemplar a existência de um ser alto astral, adorável e inesquecível. Tudo parece inexplicável, inacreditável.
 A nossa geração de crianças que pulavam amarelinha em Maniçoba agradece pela partilha de uma infância tão feliz ao seu lado.
A dor de todos os seus familiares é imensurável e nos faltam palavras para expressar ou abraço seguro com que possamos nos solidarizar.
Maniçoba guardará para sempre, Ana, o seu sorriso, a criança, a mãe, a filha, a professora querida, a memória do ser humano cativante que você foi.
O céu ganhou o brilho da sua chegada!

Meu abraço solidário a toda a família



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Festa de Natal

Apresentações do Ciclo Natalino no  Povoado Maniçoba


domingo, 1 de setembro de 2013

TV Asa Branca na Maniçoba

A TV Asa Branca faz matéria jornalística sobre Reisado da Maniçoba.

Homenagem ao Mestre Livino

Homenagem ao mestre Livino

Filme da Paixão na Maniçoba

Exibição de filme da Paixão de Cristo na maniçoba

Radiola de Ficha na Maniçoba

Radiola de Ficha na Maniçoba
Está casa serviu de cenário ( bodega) para o filme Lula o filho do Brasil. Está localizada na PE 193 - Capoeiras - São Bento do Una. Foi indenizada e será destruída por está as margens da PE 193. Que pena!!!

sábado, 6 de outubro de 2012

Eleições 2012

Véspera de mais uma eleição. 4 anos se passaram. Os nossos problemas... Ah! os nossos problemas são os mesmos. Nenhum metro de calçamento a mais. Nenhum investimento na praça, nem na arborização do povoado. Os nossos jovens continuam sem nenhum espaço para lazer. As pessoas continuam sem nenhuma atividade em que possam se empregar. Vivem, ou de aposentadoria, ou do Cartão Cidadão, ou, algumas poucas, de trabalhos na prefeitura. Quem não está inserido em algum desses três grupos anteriores tenta ganhar a vida como autônomo nos serviços da construção (pedreiro e servente) ou reza pela chuva para ganhar a vida com a pecuária e a agricultura.

A política está acirradíssima. Temos candidatos naturais de Maniçoba e vizinhança, caso da candidata a prefeita Neide e de seu vice-prefeito Juju, além de três candidatos a vereador, Reginaldo Almeida, Zé de Pimenta e Romero Reino. Ficamos na expectativa de que, independentemente do resultado destas eleições, ganhe a situação (Dudu) ou a oposição (Neide, Batata, Severino), tenhamos mais atenção para o nosso povoado.

Que não sejamos lembrados somente na hora do voto, do porta a porta ou da realização do comício! Que tenhamos uma maior atuação do poder público de Capoeiras, com a viabilização de projetos que visem à melhoria do nosso povoado nas áreas da Educação, da Saúde, das obras públicas, do Lazer, entre outras.

Que não sejamos vistos apenas por nosso direito ao VOTO, mas como CIDADÃOS de fato e de direitos previstos em nossa Constituição!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Maniçoba na Wikipédia

Maniçoba tem agora um verbete digital na enciclopédia livre Wikipédia. Criado para facilitar a pesquisa de internautas interessados em conhecer um pouco da história do Povoado. O link é de autoria de Karina Calado, sob o seguinte endereço: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maniçoba_(Povoado)

Maniçoba (Povoado)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maniçoba é um povoado localizado na rodovia estadual PE-193, entre as sedes dos municípios de Capoeiras e de São Bento do Una. Também conhecida como Maniçoba dos Ribeiros, a localidade tem na "Casa das Doze Janelas" sua construção mais característica, seguida pela capela de Nossa Senhora da Salete e o cemitério. A bodega de Duda e a praça em frente à igreja formam o centro cultural do povoado. A fronteira de dois municípios vizinhos passa, de acordo com o IBGE, pelo povoado, fazendo com que o posto de saúde e a escola municipal pertençam ao território de São Bento do Una enquanto a maioria das casas pertence ao território de Capoeiras. Tem como fundador o Senhor José Ribeiro Jessé.

Coordenadas geográficas: 8º37'38" S, 36º32'48" O

Altitude: 740 m

Movimentos Culturais

Ciclo Religioso: Novena em Latim no mês Mariano; Terço de Coração de Jesus na casa de Heleno de Manu; Terço de Padre Cícero na casa de Zé Braço; Festa de Nossa Senhora da Salete - Coordenada pelo Monsenhor Geraldo Batista de Lima; Cruzeiro do Padre Cícero - erguido a pedido de Dona Alta Parteira

Ciclo Junino: Apresentações da Quadrilha Asa Branca, que tem sua história marcada pelos marcadores e organizadores: Zé de Lero, Agostinho, Gerson, Badé, Karina, Karol, Edgar, Marlon, Luís Carlos, Socorro e Leila. Sempre animada pelo saudoso João Rufino (Cego do Piado).

Ciclo Natalino: Apresentações de Reisado, cujos principais expoentes são Manoel Livino, Zeca, Dirceu e Rafael; Apresentações de Pastoril, que tem como fundadores do movimento Professora Lúcia, Agostinho e Karol.

Ciclo das Cantorias: organizado por Salete do Queijo.

Ciclo do gado: Vaquejada - Geralmente Organizada pelas famílias Lodonho, Estevão, Velho e Pinto; Cavalgada da Amizade; Cavalhada: família Dirceu; Aboio: Tem como principais expoentes Juju e Miguel.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Maniçoba em LUTO


O Povoado da Maniçoba perdeu no último dia 18 de maio a senhora Maria Anita de Almeida, Mariazinha, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral). Mariazinha sempre será lembrada por seu exemplo de mulher guerreira, solidária, alegre, devota, trabalhadeira e entusiasta de todos os aspectos da cultura do povoado.

Mariazinha partiu como sempre desejou, em plena condição de trabalho: varreu seu terreiro, arrumou a casa, despediu-se dos netos que iam à escola e preparou a casa para receber as pessoas no dia em que receberia a imagem da Mãe Rainha. Contudo, aquela preparação toda receberia outra conotação no final daquele dia: seu velório. Cumpriu-se assim seu desejo expresso de não ficar doente e de dar trabalho aos familiares antes de sua morte. Tudo aconteceu em menos de 24 horas. Mariazinha partiu sem dar aviso, diretamente para a casa do Pai.

Desejava também um enterro simples. Havia separado uma roupa para a ocasião. Vieram filhos, parentes e amigos de vários lugares para a cerimônia. As amigas vestiram a camisa da Mãe Rainha, prestando-lhe uma última homenagem à sua imensa devoção a Nossa Senhora.

Este blog entra de luto e se solidariza com os familiares e amigos de Mariazinha neste momento de sofrimento.

Mariazinha permanecerá sempre em nossos corações e em nossa memória pelos momentos compartilhados com ela, que nos deixa um exemplo incrível de vida dedicada à caridade e doação ao próximo.

Publicamos abaixo uma poesia que traduz o momento de sua partida.

Consoada

Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.

(Manuel Bandeira)

domingo, 16 de maio de 2010

Nossa incrível dinâmica do pouco muda

Incríveis promessas para poucas ações. Nossos dias permanecem os mesmos. Nossa situação permanece a mesma: acesso caótico às sedes municipais; praça sem plantas, árvores, bancos; criminalidade.
Nosso forte povo continua à espera. Esperançoso do que já vem. Nunca vem. Oportunizando o lento tempo para que se cumpra as "divinas promessas". Acreditando em "boas vontades". Em rumos que apontam nenhuma direção. Os buracos nas estradas dão stop ao nosso desenvolvimento. Quem se pronuncia?

domingo, 27 de janeiro de 2008

MANIÇOBA ENTREGUE ÀS BARATAS


"Quem te viu, quem te vê...?!"

A praça de Maniçoba, que já foi uma das mais belas e mais cuidadas de todos os povoados da região, ganhando, inclusive, da sede municipal, hoje, assim como a maioria das coisas públicas do município de Capoeiras, encontra-se entregue às baratas.

Lembro-me quando criança, onde junto a todas as crianças do povoado, brincávamos de pega-pega, esconde-esconde, aproveitando das grandes e fechadas plantas que eram ideais para brincadeira, pois de tão fechada, após o guerreou, ninguém mais nos via. Quem não lembra quando a televisão ainda não era um bem popular por essas bandas, que a prefeitura colocou uma TV nessa casinha da foto, sentávamos nos bancos, no chão, bancas que levávamos quando não encontrávamos mais lugar para sentar e virávamos a noite assistindo, paquerando... Como era bom... Como se paquerou naqueles bancos, quantas conversas hilárias eram trocadas naqueles bancos, quantas fofocas... as janelas do povoado nos viam e nós víamos as janelas, ali sentados.
Na Festa de Nossa Senhora da Salete, eita que não sobrava espaço pra ninguém, os casais tomavam os bancos, as calçadas, a parede escura da igreja...
Como diria o saudoso Manuel Bandeira: "Foi há muito tempo"
É muito triste, como filho de Maniçoba e, assim como todos que a amam, vê-la nesta situação. Saber-se que ela está assim porque não é de hoje que não é cuidada. Há quantos anos não vemos um projeto de melhoria para o nosso povoado?! Interessante é que, antes de se pensar em reformar nossa querida praça, de trazer de volta nosso espaço de encontro, de bate-papo e descontração, o nosso Governo Municipal pensou em colocar um nome e um busto.
Refletindo o assunto, o que acho mais interessante ainda é que, sabendo que desde quando temos conhecimento dos registros de memória escrita, os monumentos são estudados como intimamente relacionados com o poder. Aí, matei a questão. Por que o Prefeito queria que fosse o seu sogro a dar nome à praça, que teria seu busto? É óbvio que é para perpetuar o nome da família no poder, não por ter seu nome como um dos construtores de nossa história, pois assim não o fez. Pois, como já é sabido, ele apenas fez a praça, mas a fez como dever, usou dinheiro público, esse que pagamos os impostos com o suor do nosso trabalho. Seu José Ribeiro, não, não tinha obrigação de nada, só amor, coisa que falta a muitos políticos, que só fazem as coisas por interesse, e com amor ele doou o terreno para construção do povoado, chãos de casas, chão da igreja, da casa paroquial, da praça, de parte do cemitério, arrecadou dinheiro, garrotes, brindes para a primeira festa de Nossa Senhora da Salete e as seguintes, botou dinheiro do bolso, seu suor e de seus filhos, familiares e amigos para a construção da igreja. Seu José Ribeiro sim, devia dar o nome a praça, e olhe que, como reconhecimento de sua importância a nossa história, já tem até busto feito pelo nosso artesão Manuel de Zeca.
Como pode ser facilmente observado pelos moradores, quem quiser ir à praça e não ficar em pé tem que levar seu banquinho ou cadeira de casa. É muita vergonha! Assim, que quiser ver a praça com plantas tem que ir lá, plantar e regar todos os dias. Ah, também vamos fazer uma campanha para arrumar aqueles blocos para reestruturar o seu piso, pois são inúmeros os tropeções levados diariamente pelas pessoas que transitam na praça, tenho medo que um dia alguém chegue a quebrar a perna ou o braço, e vai que o carro da saúde esteja quebrado ou a serviço de motivos particulares, que a situação é mais agravante ainda, vai corre atrás dum vereador, que só serve como assistente social pra fazer esses favores e soltar bandido da cadeia e em troca ganhar o voto do servido e de sua família. É mais um voto vendido, como já é de costume... ai, ai... favores médicos, funerais, construções, feiras, dinheiro, promessas de emprego à família que tiver mais votos... Digo sempre a mim mesma: Vai com calma, Maniçoba é só mais um cantinho, nesse imenso Brasil, que sofre com esses maus políticos!
Olho com muita tristeza tal desprezo por esse tão rico lugar. Tantos talentos que podem ser explorados. O Pastoril, O Reisado, a Asa Branca, os esportes merecendo atenção. É horrível o tratamento dado aos grupos culturais de nosso lugar. Reconhecidos na Capital Pernambucana, em Garanhuns, em todo lugar onde se apresentam, e em nosso lugar são deslocados em pau-de-arara, que não tem nem lugar para sentar. Lembro de uma situação que as coitadas das mães que acompanhavam suas filhas no grupo de Pastoril tinham que se segurarem, já caindo por cima uma das outras no caminhão, e ainda segurarem suas filhas. Uma casa-patrimônio, como é a casa de Seu José Ribeiro, não se ter nenhuma política para ela, prestes a cair, sendo que é um marco na história do povoado, casa de seu início, agora entregue a desalmados que jogam um monte de entulhos dentro e em seu redor. Pedimos providências! Enquanto cidadãos, precisamos ser tratados com dignidade, ao menos ser pensados pelo governo. Nossa Cultura clama por espaço nas políticas de governo do município.
Fica a nossa desaprovação ao atual governo, que deve se cuidar, pois o nosso povo não é besta. Uma mudança deve estar por vir. Como já falava o ditado popular: "Errar é humano e permanecer no erro é burrice".




segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Assista ao vídeo da Festa e Procissão de Nossa Senhora da Salete - 2007

Maniçoba: louvando Jesus Menino

Dezembro está chegando e novembro guarda seus finados e dá passagem à luz que anuncia o espírito natalino.
Lá em Maniçoba, no Agreste pernanmbucano, as pessoas desde sempre mostram o zelo que têm pela cultura do lugar; a "Casa das 12 janelas" e o carro de boi na frente dessa casa e um velho pote de água no canto da cozinha são uma prova disso.
As casas são agarradinas nas outras; nos quintais encontramos aquela areia fininha...fininha e meio escura, que as galinhas gostam de ciscar e pôr seus ovos de capoeira.
Poucos lugares no Brasil possem a riqueza que encontramos em Maniçoba: o reizado, o pastoril, as cantorias, a cavalgada da amizade e os leilões de bode pra animar as quermesses da pequena Igreja dão conta de que os capoeirenses (de Capoeiras-PE), os maniçobenses são atuantes e festejam também com muita alegria o Dia de São José, e acreditem! O bom Padre de lá, ainda usa aquele tipo de batina que a gente só vê impregnada nas imagens do "Padim Ciço". Eita, Maniçoba! Eita Lugar arretado!
Guardo boa lembrança do convite de Agostinho Jessé, um agitador cultural de Maniçoba. O desafio foi fazer um estandarte para o Pastoril, em homenagem ao Jesus Menino. Dito e feito: numa tarde de sábado e varando o domingo em Recife, minha mãe Noemia, minha irmã Brasília Morena e eu tecemos um estandarte azul e encanardo para mostrar também o nosso amor às raizes nordestinas.

(Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 19.nov.2007)

*Capturado em: http://www.ggrauna.blogspot.com/, em 21 de nov. de 2007.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Maniçoba dos Meus versos - Cordel - página 01


Apreciem meus leitores
A história de um lugar
Povoado de memórias
De uma gente sem iguá
De cultura e tradições
Que em versos vou contar

Falo a vocês de Maniçoba
Em palavras cá rimadas
Levantando sua origem
Pelas histórias contadas
Desde um cercado de palmas
Que deu lugar a moradas

Muitos pés haviam
De uma planta danosa
O gado comia e morria
De sua folha apetitosa
Parecida com mandioca
Porém muito venenosa

Abundantes Maniçobas
Deram nome ao lugar
Outras árvores são história
Com licença, vou citar
O pé de caixão e a umburana
Em lágrimas pego lembrar
01

Cordel - página 02


Recordando a minha infância
Onde brincava e também via
Meu avô com sua arte
Inventava tudo e fazia
Cangas, mesas e cancelas...
À sombra da umburana fria

Ali onde preparava o fogo
Pra ferrar carro de boi
E a correnteza descia
Com um tempo sem depois
Sem dó cortaram a umburana
E minha infância com ela se foi

O pé de caixão é um símbolo
Vovô se foi e ele caiu
O defendia com toda garra
Ainda em vida pediu
Que ninguém o derrubasse
Mas a natureza não ouviu

E foi numa tarde triste
De chuva e ventania
Que as janelas do povoado
Com muita dor assistia
A briga pra ver com quem
Seu tronco caído ficaria

02

Cordel - página 03



Nos rastros da história
Em trinta dou passada
Quando a família Ribeiro
Em várias terras espalhada
Se reuniu em Maniçoba
Na primeira missa rezada

Foi debaixo duma palhoça
Em frente ao casarão
Celebrada pela morte
Do meu bisavô João
Deixando um mundo de terras
Q’inda hoje tem questão

Meu avô o primogênito
Homem de grande coração
No mesmo dia da missa
Começou a doação
Pedido pelo o primo
Pr’uma bodega deu o chão

À beira da estrada a bodega
Começou a povoação
Vovô dando terreno
Haja casa em construção!
Homem e mulher trabalhando
Pra crescer a população


03

Cordel - página 04

Unidos fizeram Igreja
Festa e grande leilão
Em homenagem à padroeira
Ainda teve procissão
Atrás do andor seguia o povo
Demonstrando devoção

O povo era de acordo
Que o padroeiro fosse São João
Mas Nossa Senhora da Salete
Tinha imagem à disposição
Ganhada de um político
Em época de eleição

Foi-se passando o tempo
Crescendo a animação
E o povo organizando
Grande festa pra São João
Tradicional e das melhores
Que se vê na região

Essa época se encanta
Com uma quadrilha arretada
É a linda Asa Branca
A cada ano renovada
Mesclando o antigo e o novo
Sempre brilhando e animada
04